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Prá não dizer que não falei de Rosas (de Saron) e Espinhos

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Entrevista sobre Música Cristã  Thiago de Azevedo é um jovem de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Ele mantém um BLOG sobre os rumos da banda Rosa de Saron. É um desses fuçadores de Internet que procura utilizar este instrumento para evangelizar. Um dia desses recebi um e-mail dele com perguntas que achei muito pertinentes e inteligentes. Por isso resolvi responder com algum cuidado e poderação e agora posto aqui. Você pode conferir a mesma entrevista no BLOG do Thiago. www.rosadesaron.musicblog.com.br  Thiago - O que o senhor, que além de sacerdote também é músico, pode nos dizer sobre a importância da música na evangelização das pessoas?  PJz – Já dizia o meu irmão Pe. Zezinho que a canção é um mini-sermão que ninguém esquece. Posso fazer um sermão de 20 minutos ou uma canção de apenas três. Quantas vezes já ouvi as pessoas na rua cantarolarem canções que eu mesmo tive a graça de compor. É como se fossem ecos do meu sermão. A canção é uma homilia com vida própria. A música é uma roupa bonita para um conteúdo de salvação que é o que realmente importa. É o embrulho do pacote de presente. Mas quem está presente é que importa. Por trás do belo é preciso que esteja o “Bom”. Deus se esconde nas canções que sutilmente abrem a porta dos corações. Por isso, a música é um instrumento poderoso de comunicação e de evangelização.  Thiago - A nossa música católica tem amadurecido muito, e como podemos observar está tomando rumos e ritmos diversos, desde uma evangelização direta e músicas litúrgicas, até músicas mais subjetivas e ritmos variados como o axé, rock, eletrônica e outros. Como você avalia toda essa evolução da nossa música?  PJz – É animador perceber que música de paróquia já não significa necessariamente música de má qualidade. Vejo ministérios de música que tocam com técnica e unção. Os intrumentos são bem escolhidos. O som funciona sem microfonia. Muitas vezes o som do ministério é até melhor que o som da Igreja. Os vários ritmos são a prova de que o que interessa não é a rítmica mas a melódica. Defendo que a intencionalidade se esconde mais na melodia. Uma bossa-nova pode ser muito santa. Não é necessariamente sensual. Mas dependendo da melodia que eu colocar, o coração das pessoas pode reportar-se a “outros carnavais”. Temos que cuidar com essa história de inculturação. O mimetismo é um passo pelo qual todos os grandes músicos passaram com as influências que receberam. Mas os bons músicos acabam desenvolvendo um estilo próprio. Não podemos ficar o tempo todo imitando este estilo ou aquele. Deus nos fez criativos... somos imagem do Criador. Precisamos criar o novo. As cópias sempre são cópias. É assim: surge um pastor e logo tem dez cópias que falam do mesmo jeito, tem os mesmos trejeitos. Se isso for passageiro, tudo bem. Mas se permanecer, pode ser o caminho da mediocridade. Não queremos isso para a música católica... que seja a cópia dos grandes grupos de música populares. Não serve o coover cristão da cantora de axé, o coover batizado do Sepultura, a cópia católica do Renato Russo. Precisamos ter tanta personalidade e estilo até o ponto de sermos até copiados.   Thiago - Como você conheceu o Rosa de Saron? Qual foi a sua primeira impressão e como você despertou maior interesse e afinidade com as músicas da banda?  PJz – Conheci antes de todo sucesso. Era um ministério. Em uma pregação nem sei aonde aquele grupo tocou e eu preguei. Lembro bem que naquele tempo já me chamaram a atenção. Nem tinham disco gravado. Mas agora estamos diante de um outro fenômeno que somente tem paralelo no aparecimento revolucionário do Pe. Zezinho, do Vida Reluz e dos Anjos de Resgate. Mas é um fenômeno diferente, pois pela primeira vez percebo que estamos diante de um grupo que poderia tranquilamene fazer “sucesso” no meio musical não igrejeiro. Há muitos fenômenos assim nos Estados Unidos, aonde a ruptura entre a música religiosa e popular é menos radical. Aqui é o fosso é enorme. Esta é a razão do meu interesse por esse trabalho acústico.  Thiago - Em uma das suas postagens no blog, você disse que uma banda como o Rosa de Saron deveria migrar para a mídia secular e evangelizar de forma não direta. Você acha realmente que seria capaz de conquistar um espaço no meio secular? E como você acha que uma banda deveria trabalhar nesse meio?  PJz – Este assunto está dando pano-prá-manga no um BLOG. Maria quando visitou Isabel não começou rezando o terço. Ela simplesmente disse “bom dia” e o menino estremeceu de alegria no ventre de Isabel. “Monte Inverno” do Rosa faz isso. Impossível não ficar estemecido. É uma caridade com os irmãos distantes não deixar que o preconceito deles os afaste de nossa mensagem. Por que colocar “ave, Maria” no final da canção? Já tinha dito tudo. Metáforas fortes dizem muito mais. Os compositores do Rosa têm a capacidade de preservar seu charme, como Maria, ou como Jesus no caminho de Emaús. Lembra? Ele começa apenas conversando e fazendo perguntas. Diante da samaritana é a mesma coisa. Nossos bons grupos precisam aprender a cantar também seus santos amores... seus filhos.. suas dores e angústias, seus namoros, seu trabalho, suor, sangue. Tudo o que faz parte da vida tem que ser cantado. Mas os discos igrejeiros têm religião demais. E você que está lendo isso, se está ficando “irado”, lembre-se que ira é um pecado capital.  Thiago – Evangelizar de forma não explícita. Esta é uma ação que para entendê-la penso ser necessário bom senso e principalmente sabedoria, para manter enraizado príncipios básicos de qualquer missão evengelizadora e não perder o foco da evangelização em mensagens vazias e incompreensíveis. Como você acha que deve ser este processo de evangelização não explícita? Onde e de que maneira ela deve atuar?  PJz – Não sei por que tanta marcação sobre os músicos. Como evangeliza o padeiro cristão? O advogado, comerciante, contador, médico... Certamente que não é atendendo seus clientes com uma camiseta com dizeres cristãos (e possívelmente atentendo mal porque precisa ir para a igreja). Evangeliza sendo um bom médico ou fazendo um bom pão; sendo imagem de Cristo; sendo cristão. A boca canta do que o coração está cheio, mesmo que não diga o nome de Jesus ou  de Maria. Aliás, muitos grupos, pela forma como vivem brigando e cantando só coisas religiosas, me fazem pensar que isto é tomar o santo nome de Deus em vão. O próprio Jesus cansou disso e disse: não fiquem só repetindo, Senhor, Senhor, mas levem uma vida coerente.  Thiago - Em seu blog, o senhor também declarou não ser muito fã do heavy metal católico. O rock católico e suas vertentes tem cada vez mais buscado o seu lugar ao sol, muitas vezes encontrando obstáculos e outras vezes criando seus próprios obstáculos. Conte-nos o que acha do rock católico, e destaque também o papel que ele desempenha ou deveria desempenhar em nosso meio.  PJz – Este assunto é bastante delicado. Nunca disse que o Heavy Metal católico não tem valor, somente afirmei que eu “pesoalmente” não curto. E tenho todo o direito de não gostar. Mas confesso que deste estilo gostaria de receber mais informações ténicas e ser convencido quanto à lógica da intencionalidade deste mundo tão distante do meu. Muitos rockeiros têm marcação comigo porque uma vez, durante o Hallel de Franca, a pedido da organização (isso poucos sabem) fui forçado pelo zelo sacerdotal a interromper um show do Eterna porque o Santíssimo já estava no meio do povo, pois o sacerdote simplesmente olhou no relógio e entrou no horário combinado. Entre o show e Jesus o que você escolheria? Resultado: tive que descer do palco escoltado pela polícia. Aliás, o Dalvimar do Anjos de Resgate estava comigo. Será que cometi um sacrilégio contra o Rock ou evitei contra Jesus? É apenas uma pergunta! Há um momento de cantar e o outro de calar. O músico que não entender isso não é mais cristão. Diante dele TODO joellho, guitarra, baixo e bateria devem se dobrar. O pessoal do Eterna entendeu a situação naquele dia. Mas nem todos do seu público entenderam. Até hoje postam isso no meu BLOG, o que significa que não houve nem sequer perdão. Isto merece uma séria reflexão. Quero amar a música do ETERNA. Quem sabe os que entendem mais que eu poderiam me ajudar com dicas inteligentes. Padres e bispos não tem que entender de Heavy Metal.  Thiago - Uma das coisas que você destacou a respeito do cd do Rosa de Saron foi, além dos arranjos e perfomance dos músicos, a qualidade do trabalho desde a capa até o som. Para você, qual é a importância da nossa música ser tratada com profissionalismo, dando-nos qualidade igual ou até superior aos trabalhos seculares?  PJz – Sim. O CD teve uma série de acertos que faz dele um trabalho muito atraente e competitivo. Já destaquei as qualidades das composições e da interpretação do Guilherme que , hoje está 500 metros à frente de todos os outros intérpretes católicos. Eu disse e sustento: todos! Espero realmente que ele continue com o Rosa e não ceda à tentação dos atalhos que virão. A arte da capa é de extremo bom gosto. As fotos PB são muito apropriadas. Alguém poderia ter investido mais na impressão. A técnica econômica utilizada faz com que a capa tenha um cheiro desagradável. Nossa música católica já tem sido tratada com profissionalismo há muitos anos. As Paulinas fazem um trabalho que é destaque até no meio secular. Elas primam pela justiça, inclusive com relação aos direitos autorais. Nem sempre estamos muito atentos à isso. Se não cuidarmos vamos cantar a justiça e praticar a injustiça usando a canção dos irmãos para lucro fácil.  O profissionalismo ppassa or isso também. Estou feliz por ter dado minha parcela de contribuição para que as pessoas percebessem que no meio católico existem instrumentistas capazes de entrar no estúdio e fazer bonito. Hoje o instrumental da maioria dos discos católicos é melhor que a interpretação vocal. Os instrumentistas estudaram mais que os cantores.   Thiago - Você terminou o seu artigo dizendo: "O que Cássia Eller tinha que o Rosa de Saron não tem? Só falta uma coisa." Explique para nós o que você quis dizer com esta comparação:   PJz – É o seguinte. Também a Cássia Eller encontrou um caminho totalmente diferenciado no momento em que assumiu o desafio de deixar os sons eletrônicos e gravar o seu acústico pela MTV. É um disco histórico no meio popular. Falo puramente do ponto de vista artístico. Mas sinceramente, gosto muito mais do disco do “Rosa de Saron”, ainda que considerando apenas o lado artístico. Há coisas do disco da Cássia que me incomodam pela mensagem ou pela intencionalidade da cantora. Não posso aceitar. O mesmo posso dizer da Ana Carolina, Adriana Calcanhotto, Angela Ro Ro, Simone, ou Zelia Duncan. Viu que lista? Precisamos urgentemente refletir sobre nossa presença no meio musical. Alguns terão a vocação de fazer boa música litúrgica. Outros serão chamados para uma canção mais gospel. É o caso do Vida Reluz. Outros terão a capacidade de gravar discos nos dois estilos, como é o caso do meu irmão Pe. Fábio, que pode ser também José da Silva. Pe. Zezinho e eu seremos eternos cantores de mensagem cristã; catequistas da canção. Ziza ensaia seu vôo popular. Estre as cantoras é a mais apta para chegar lá. Adriana faz um belíssimo trabalho e tem seu público no meio católico. Celina faz todos os ensaios. É ousada. O Recado tende a ser ministério. Dunga, Ricardo, Flavinho e Pe. Cleidimar ministram a música. Eliana Ribeiro tende ao litúrgico de bom gosto. São tantos... temos uma nova geração de cantores e cantoras iluminados. Faltam mais compositores. Por isso, juntamente com a Talentos Produções, de Belo Horizonte, estamos lançando um projeto “Caça-Talentos”. Queremos acordar os compositores adormecidos em nosso meio.  Thiago - Visitando o seu blog, é notório que as postagens sobre o Rosa de Saron estão entre as mais comentadas. Alguns comentários o elogiam, outros  o criticam. O que o senhor acha que pode ter levado a este grande número de comentários? E fazendo uma avaliação geral de todos eles, o que o senhor conclui? E se desejar acrescentar algo a respeito das suas próprias postagens, fique a vontade. PJz -   Até hoje só não apovei um comentário. Mas não se referia ao Rosa. Era uma ostagem com palavras de baixo calão. Cortei. Com relação ao Rosa aprovei todos integralmente, mesmo os que fazem críticas amargas. Só pela sinceridade já teria valido a pena. Jesus ouviu mais críticas que elogios em sua vida. Agora, devo confessar que fiquei admirado com a quantidade de pessoas que estão conectadas nestes novos estilos de música cristã. Estou curioso para saber o que irão comentar desta entrevista.  Thiago - Quero desde já agradecer pelo seu precioso tempo dedicado a falar um pouco mais sobre a música e sobre o Rosa de Saron conosco. E desejar que Deus possa abençoar cada dia mais o seu sacerdócio e sua missão como músico. Deixe um recado para todas as pessoas que passam por esse blog e curtem o trabalho do Rosa e a música católica em geral.  PJz – Agradeço a oportunidade e o espaço. Só quero dizer em primeira mão que, depois de alguns anos, estou novamente terminando a produção de um CD que marca os eus 15 anos de padre. Aguarde! Deus abençoe a todos.

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